quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Puttaparthi

Fev-2009

Cheguei a Puttaparthi no dia 16 de fevereiro. Dia 17 teve o encontro com devotos. Anilkumar deu uma palestra com tradução para brasileiros. Tinha pessoas do mundo inteiro e de todas as nações. Assisti à palestra na sombra da árvore. Ele se sentou na cadeira e nós nos sentamos no chão.

Ele começou respondendo às perguntas das pessoas. Uma argentina perguntou sobre como educar crianças. Ele respondeu que há bastante diferença entre educar e educação. Educar é basicamente espiritual e educação é paga, a gente estuda para ganhar um emprego, etc. Tinha várias perguntas e respostas, e não dá para contar tudo. Aprendi muitas coisas, como servir os outros. Também aprendi a importância dos outros. No final da reunião o Guilherme pediu para marcar um encontro semelhante, só com os brasileiros. Marcamos às 10,30h e eu fui o tradutor do Anilkumar.

Depois que reunião acabou fui com Guilherme no Hospital do Baba pois estava com dor de dente. Tinha duas dentistas e na fila tinha cerca de 10 pessoas. O Hospital era muito limpo e gostei bastante. Depois de 30 minutos a dentista me atendeu e fez um rápido serviço de limpeza. Sai de lá com o dente totalmente consertado. Atendimento de alto nível e de graça!

No segundo dia foi o Darshan. Baba passou de cadeira de rodas e ficou só 5 minutos. Deu para ver ele mas não deu para chegar perto. A tarde fui na livraria de Baba. Enorme, bonita e arrumada. Tem livro de todos os idiomar que se pode imaginar. No quarto de hotel tinha TV que passava o dia inteiro os dharsanams dos últimos anos e pujas de Baba. Com 50 centavos se comia muito bem. Não tinha restaurantes e a cidade inteira almoçava lá.

Dia 23 foi o dia de maior festa da India. A festa se chama Shivaratri, a festa de Shiva. As pessoas viram a noite rezando e cantando louvores. Não tinha distinção de casta, raça, nação, rico, pobre, preto, branco, amarelo. Todo mundo ia para Shiva e tinha pessoas do mundo inteiro. Não existia um país sem seu representante e todos falavam um só idioma: Oh Sai Ram.

Pela primeira vez vi estrangeiros com tanta dedicação comigo, e pude sentir a divindade de Satya Sai. Se você visse as obras dele ficaria admirado. Não existia crise, pois eles não sabiam o que era isso. Crise só tem onde tem desejo. Lá não tinha desejo porque o único desejo era servir os outros sem ter nada em troca. Tinha muita gente trabalhando e todos faziam Seva (servir os outros ou ser útil aos outros sem nada em troca). Essa era a primeira doutrina de Baba. Ele falava que vale mais duas mãos trabalhando do que um monte de bocas falando. Ricos e pobres de todas as raças vinham para trabalhar de graça.

Vim aqui há 11 anos com o Rama e com a Srivalli. Desta vez, passei a ver as coisas de um jeito diferente. Naquele momento enxergava muitas coisas que não via anos atrás. Uma refeição completa naquela época era 6 rúpias (30 centavos no Brasil). Depois de tantos anos o valor era o mesmo. Tudo aqui era barato e ninguém visava lucro.


Naquele dia tinha muito mais que 200 mil pessoas, era um milagre. Tinha lugar para todos comerem, se lavarem. Era muito organizado. Satya Sai disse que a benção era estendida para todos os familiares que não estavam ali.