Fev-2009
Cheguei
a Puttaparthi no dia 16 de fevereiro. Dia 17 teve o encontro com devotos. Anilkumar
deu uma palestra com tradução para brasileiros. Tinha pessoas do mundo inteiro e
de todas as nações. Assisti à palestra na sombra da árvore. Ele se sentou na
cadeira e nós nos sentamos no chão.
Ele
começou respondendo às perguntas das pessoas. Uma argentina perguntou sobre
como educar crianças. Ele respondeu que há bastante diferença entre educar e
educação. Educar é basicamente espiritual e educação é paga, a gente estuda
para ganhar um emprego, etc. Tinha várias perguntas e respostas, e não dá para
contar tudo. Aprendi muitas coisas, como servir os outros. Também aprendi a
importância dos outros. No final da reunião o Guilherme pediu para marcar um
encontro semelhante, só com os brasileiros. Marcamos às 10,30h e eu fui o
tradutor do Anilkumar.
Depois
que reunião acabou fui com Guilherme no Hospital do Baba pois estava com dor de
dente. Tinha duas dentistas e na fila tinha cerca de 10 pessoas. O Hospital era
muito limpo e gostei bastante. Depois de 30 minutos a dentista me atendeu e fez
um rápido serviço de limpeza. Sai de lá com o dente totalmente consertado.
Atendimento de alto nível e de graça!
No
segundo dia foi o Darshan. Baba passou de cadeira de rodas e ficou só 5
minutos. Deu para ver ele mas não deu para chegar perto. A tarde fui na
livraria de Baba. Enorme, bonita e arrumada. Tem livro de todos os idiomar que
se pode imaginar. No quarto de hotel tinha TV que passava o dia inteiro os
dharsanams dos últimos anos e pujas de Baba. Com 50 centavos se comia muito
bem. Não tinha restaurantes e a cidade inteira almoçava lá.
Dia
23 foi o dia de maior festa da India. A festa se chama Shivaratri, a festa de
Shiva. As pessoas viram a noite rezando e cantando louvores. Não tinha
distinção de casta, raça, nação, rico, pobre, preto, branco, amarelo. Todo
mundo ia para Shiva e tinha pessoas do mundo inteiro. Não existia um país sem
seu representante e todos falavam um só idioma: Oh Sai Ram.
Pela
primeira vez vi estrangeiros com tanta dedicação comigo, e pude sentir a
divindade de Satya Sai. Se você visse as obras dele ficaria admirado. Não
existia crise, pois eles não sabiam o que era isso. Crise só tem onde tem
desejo. Lá não tinha desejo porque o único desejo era servir os outros sem ter
nada em troca. Tinha muita gente trabalhando e todos faziam Seva (servir os
outros ou ser útil aos outros sem nada em troca). Essa era a primeira doutrina
de Baba. Ele falava que vale mais duas mãos trabalhando do que um monte de
bocas falando. Ricos e pobres de todas as raças vinham para trabalhar de graça.
Vim
aqui há 11 anos com o Rama e com a Srivalli. Desta vez, passei a ver as coisas
de um jeito diferente. Naquele momento enxergava muitas coisas que não via anos
atrás. Uma refeição completa naquela época era 6 rúpias (30 centavos no
Brasil). Depois de tantos anos o valor era o mesmo. Tudo aqui era barato e
ninguém visava lucro.
Naquele
dia tinha muito mais que 200 mil pessoas, era um milagre. Tinha lugar para
todos comerem, se lavarem. Era muito organizado. Satya Sai disse que a benção
era estendida para todos os familiares que não estavam ali.