quinta-feira, 20 de maio de 2010

Chicago

Maio-2010

Chicago é uma cidade muito grande, banhada pelo lago Michigan. Tem varias linhas de trem que atravessam a cidade. Linhas de todas as cores. A gente anda cerca de 1 hora e meia de trem e ainda está dentro da cidade. De uma estação para outra é longe e demora muito mais do que o trem no Brasil. Com uma passagem de 23 dólares dá para viajar uma semana em Chicago, sem limites. O mesmo passe também dá para usar em qualquer ônibus.
        
Aqui é tranquilo e não tem tanta gente como em Nova Iorque. Todas as atrações ficam longe. Caminhar não dá, então para todos os lugares a gente tem que ir de trem ou ônibus. Aqui tem o Museum Campus, Shed Aquarium, Planetarium, Grant Park, Millenium Park e o Lago Michigan, Navy Pier, Magnificent Mile of Shopping, John Hancock Observatory, Wringley Field (Chicago Cubs). Tem também os prédios famosos chamados Water Tower e Sears Tower.

Nos EUA cada um tem o seu imposto. Por exemplo, na Florida o imposto é de 6%, em Nova Iorque é 8% e em Chicado 10,50%. Se você compra um notebook de 500 dólares, você para 55 dólares de imposto.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Frankfurt

Maio-2010

Depois de trocar de avião em Dallas, cheguei a Frankfurt às 11 horas. O controle de passaportes aqui é mera formalidade, sem complicações e dura alguns segundos apenas. Não precisa preencher formulário, tirar impressão digital, nem retrato. Aqui não tem pessoas ilegais. Aqui o custo de vida é alto e ninguém dar emprego para pessoas ilegais - sem visto, nada feito. Mas aqui também tem muitos imigrantes do leste europeu (países como Bulgária, Polônia, Romênia), que são pobres e vem aqui para roubar.

A cidade é famosa por seu aeroporto internacional,feiras e exposições. Aqui tem uma sede da união europeia e também é a cidade que nasceu Goethe, o escritor mais famoso da Alemanha.

Quando cheguei ao aeroporto peguei o metrô (US Bahn) para a cidade. Nenhuma estação de metrô tem bilheteria. Você tem que escolher a cidade que vai e colocar o dinheiro na máquina. A máquina cobra e dá troco certinho. A gente compra o bilhete, não é controlado por ninguém e não precisa passar por nenhuma catraca. Já morei aqui vários anos, andei muito de metrô e nunca vi nenhum cobrador. Se alguém quiser andar de graça pode, mas se for pego pode receber uma multa de 40 euros e até ir preso. Por isso quase ninguém viaja de graça aqui, mesmo sendo raro qualquer tipo de controle ou vigilância.

Tem que entender muito bem o idioma para poder operar essas máquinas. Eu comprei o bilhete de metro e um jornal sensacionalista chamado “Bild Zeitung” para ler no metrô. Na primeira pagina saiu a noticia “Porque eu tenho que pagar a dívida da Grécia?” Acho que o governo alemão está tentando salvar o euro ajudando a Grécia. Outros países como a Itália, Espanha e Portugal também estão ajudando a Grécia a sair da crise. Para os brasileiros é normal o dinheiro cair, mas aqui não e todos estão preocupados. Na TV do Hotel só se fala na crise. O Euro que estava quase três reais já custa 2,35 reais.

Em uma quinta-feira tomei café da manhã e sai para passear. Encontrei as ruas totalmente vazias e sem transito e as lojas fechadas. Depois descobri que era feriado. “Dia 13 de maio comemora o “Dia da Ascensão para o Céu”, um feriado católico chamado Christus Himmelfahrt”.  A temperatura está por volta de 14 graus, nublado, ótimo para caminhar pela rota de turismo dos ônibus. Comecei pelo centro na Catedral de São Bartolomeu, uma igreja católica que fica na Praça dos Romanos. A praça estava cheia de gente e havia um grupo de músicos tocando e cantando. Interessante que durante o culto, não era permitido entrar nem sair da igreja, e achei certo isso.

A cidade estava vazia, mas as praças estavam cheias de gente passeando e bebendo. Perto de Romerplatz tem a Igreja de São Paulo, moderna e construída há poucos anos. Em seguida visitei a casa de Goethe (acho que Goethe para os alemães é como Machado de Assis para os brasileiros). Depois de aprender o idioma alemão o primeiro livro que eu li foi “Fausto” de Goethe. É uma leitura difícil, em forma de poema, e é um dos principais livros da literatura alemã.

Outro lugar que visitei foi o Jardim das Palmeiras, que é tipo um jardim botânico, depois o Museu de Senckenberg, depois em um salão de exposições chamado Festhalle/Messe, que é cerca de três vezes maior que o nosso Anhembi. Depois passei na estação principal chamada Hauptbahnhof.

As cidades de Berlim, Hamburg, Frankfurt e Munich representam os quatro pilarem importantes no desenvolvimento cultural, financeiro, ECT do país. O rio Main atravessa a cidade toda. Aliás, todas as cidades daqui são banhadas por rios. Em Hamburg tem Elbe e Alster. Isar banha Munich e Main banha Frankfurt. É muito bonito ver os rios atravessando as cidades, e ao longo dele tem ciclovias, jardins e bancos. Há lindas paisagens que os alemães conservaram durante séculos. Ao contrario de muitas cidades do Brasil onde os rios são sujos e poluídos, aqui eles são preservados em sua totalidade e a vida urbana ao redor não os poluem.

O passeio pelo rio Main é bonito e tranquilo, onde a natureza e beleza não faltam. A gente até esquece que está no meio da cidade. Dá para deitar na grama, andar de bicicleta, sentar o olhar os navios passarem, saborear lanches, nozes e castanhas, ver as crianças brincarem e os adultos fazerem jogging. Tinha também uma competição de remadores, e cada barco tem quatro remadores e um orientador.

Além dos rios tem várias pontes que ligam duas partes da cidade. As mais visitadas são Eiserne Brucke (ponte de ferro) e Alte Brucke (ponte velha). Dá para passear em cima das pontes, que tem vista bonita para todos os lados.

Aos domingos parece que toda a cidade fica concentrada na beira dos rios. Tem festas maravilhosas e em todo lugar tem o que comer e o que beber. Os momentos felizes de muita gente aqui é sentar em um banco desses, comer um sanduiche e tomar uma cerveja. Aqui é permitido beber em qualquer lugar e a cerveja é uma das bebidas mais consumidas!

Aqui se vê de tudo, menos o sol, que aparece raramente. Tem ano que o sol aparece apenas por 40 dias, e geralmente quando não tem sol o frio aumenta. Nos banheiros públicos está escrito: “Aqui tudo tem seu preço e até a sua m... vale dinheiro”. Nosso serviço de sanitário custa “70 centavos.”

Quando se entra em uma loja de fast food, os preços normalmente não ficam escritos e normalmente os funcionários não costumam entender o fato de você ter perguntas para fazer. Eles não gostam de responder. Linguiça assada se vende em qualquer lugar, e os alemães comem muita linguiça com pão. Eles colocam um monte de mostarda e maionese. A bebida preferida é a cerveja, e se encontra também em qualquer lugar. Eles bebem de 6 para mais, só para começar. Salada de batata é mais consumido do que arroz e macarrão. Sempre tem um jeito diferente de comer batata. Batata frita eles chamam aqui de “pommes”.

Nas ruas tinham alguns jovens entregando folhetos. No inicio não queria pegar, pois pensava que era algum comércio ou algum assunto político, mas não era nada disso. Eu li a mensagem e adorei, e a tradução desse folheto era o seguinte:

“Uma gota de ajuda vale mais do que uma simpatia do tamanho de um oceano. Nós gostamos de alertar: Veja ao seu redor! Tem muitas pessoas em toda a parte que pode estar precisando da sua ajuda. Seja uma senhora carregando compras pesadas ou uma mãe com seus filhos, ou um turista perdido e sem entender o mapa da cidade; ou até uma pessoa que foi excluída da sociedade e que está sendo mal tratada na praça. Redobre sua atenção e viva moralmente, com fraternidade e com seus colegas cidadãos.”

Se eu tivesse outra vida queria nascer aqui. Eu me identifico com o povo daqui, e são muito mais hospitaleiros do que os brasileiros. Eu moraria para sempre aqui se eu tivesse “raça branca”. Conheço esse lugar há 41 anos e sempre que posso viajo para cá. Mas aqui não é um bom lugar para negros e mulatos viverem em sociedade. O Brasil que eu conheço é a grande São Paulo onde todo mundo corre e ninguém conhece o vizinho que mora ao lado. No interior devem ter pessoas mais hospitaleiras do que na cidade grande. Muita gente confunde esse lugar com Hitler e pensa que toda a Alemanha é nazista. Quem pensa assim nunca conheceu esse lugar!!

Escrevo sobre as viagens que faço porque quero que minhas experiências seja uteis para quem lê, e quando a idade avança a única maneira de desabafar é escrevendo mesmo. Quando a gente fica longe de casa, a gente fica com saudade da cultura do país que vivemos, e dos amigos que nos querem bem.




quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Puttaparthi

Fev-2009

Cheguei a Puttaparthi no dia 16 de fevereiro. Dia 17 teve o encontro com devotos. Anilkumar deu uma palestra com tradução para brasileiros. Tinha pessoas do mundo inteiro e de todas as nações. Assisti à palestra na sombra da árvore. Ele se sentou na cadeira e nós nos sentamos no chão.

Ele começou respondendo às perguntas das pessoas. Uma argentina perguntou sobre como educar crianças. Ele respondeu que há bastante diferença entre educar e educação. Educar é basicamente espiritual e educação é paga, a gente estuda para ganhar um emprego, etc. Tinha várias perguntas e respostas, e não dá para contar tudo. Aprendi muitas coisas, como servir os outros. Também aprendi a importância dos outros. No final da reunião o Guilherme pediu para marcar um encontro semelhante, só com os brasileiros. Marcamos às 10,30h e eu fui o tradutor do Anilkumar.

Depois que reunião acabou fui com Guilherme no Hospital do Baba pois estava com dor de dente. Tinha duas dentistas e na fila tinha cerca de 10 pessoas. O Hospital era muito limpo e gostei bastante. Depois de 30 minutos a dentista me atendeu e fez um rápido serviço de limpeza. Sai de lá com o dente totalmente consertado. Atendimento de alto nível e de graça!

No segundo dia foi o Darshan. Baba passou de cadeira de rodas e ficou só 5 minutos. Deu para ver ele mas não deu para chegar perto. A tarde fui na livraria de Baba. Enorme, bonita e arrumada. Tem livro de todos os idiomar que se pode imaginar. No quarto de hotel tinha TV que passava o dia inteiro os dharsanams dos últimos anos e pujas de Baba. Com 50 centavos se comia muito bem. Não tinha restaurantes e a cidade inteira almoçava lá.

Dia 23 foi o dia de maior festa da India. A festa se chama Shivaratri, a festa de Shiva. As pessoas viram a noite rezando e cantando louvores. Não tinha distinção de casta, raça, nação, rico, pobre, preto, branco, amarelo. Todo mundo ia para Shiva e tinha pessoas do mundo inteiro. Não existia um país sem seu representante e todos falavam um só idioma: Oh Sai Ram.

Pela primeira vez vi estrangeiros com tanta dedicação comigo, e pude sentir a divindade de Satya Sai. Se você visse as obras dele ficaria admirado. Não existia crise, pois eles não sabiam o que era isso. Crise só tem onde tem desejo. Lá não tinha desejo porque o único desejo era servir os outros sem ter nada em troca. Tinha muita gente trabalhando e todos faziam Seva (servir os outros ou ser útil aos outros sem nada em troca). Essa era a primeira doutrina de Baba. Ele falava que vale mais duas mãos trabalhando do que um monte de bocas falando. Ricos e pobres de todas as raças vinham para trabalhar de graça.

Vim aqui há 11 anos com o Rama e com a Srivalli. Desta vez, passei a ver as coisas de um jeito diferente. Naquele momento enxergava muitas coisas que não via anos atrás. Uma refeição completa naquela época era 6 rúpias (30 centavos no Brasil). Depois de tantos anos o valor era o mesmo. Tudo aqui era barato e ninguém visava lucro.


Naquele dia tinha muito mais que 200 mil pessoas, era um milagre. Tinha lugar para todos comerem, se lavarem. Era muito organizado. Satya Sai disse que a benção era estendida para todos os familiares que não estavam ali.