sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Índia-II

Novembro-2009

Na Índia há muitas belezas da natureza, onde animais e humanos vivem harmonicamente. Quando menos se espera, a gente encontra um elefante andando pelas ruas. Há macacos por toda a parte fazendo parte da vida humana; eles ficam em cima das árvores, sobem nas casas e pedem comidas. As vacas ficam à vontade no meio das ruas como se nada tivesse acontecendo. Um grupo de camelos é guiado pelos humanos e caminham pelas estradas – eles escravizam esses animais porque eles são mansinhos. Passei pela floresta no sul de Andhra Pradesh onde andam livremente os poucos tigres que sobraram. É maravilhoso ouvir o canto dos pássaros no por do sol. Aqui tem reservas florestais onde centenas de veados vivem a sua vida normalmente.
Desta vez estou aproveitando cada minuto e segundo desta viagem, e vejo os indianos vivendo a mesma vida que viviam há muitos anos. A modernidade aqui não apaga as velhas crenças e tradições. Modernos computadores não conseguem influenciar na religião, por exemplo. Ricos, pobres, analfabetos, cientistas tem a mesma fé e todos participam das cerimônias antigas de religião. Há muitas pessoas pobres neste país. Muitos vivem ao lado das pessoas ricas e vivem felizes. Aliás, quando vejo essa felicidade nos olhos dos pobres vejo mais de perto o grande criador deste mundo todo.
Na Índia eu posso aprender qualquer profissão: domador de elefante, vendedor de rua, sacerdote, fakir, literato e camponês. Certa vez fui a um templo famoso em Thirupathi. Peguei uma  fila que durou 3 horas e não vi ninguém reclamando e estavam todos felizes por estarem perto de Deus. Essa felicidade não se pode comprar com dinheiro. Diferente do ocidente; aqui não se fala em dinheiro e não se fala em adquirir riquezas. Para uma pessoa que mora nas ruas, sua riqueza consiste em louvar a Deus e servir o outro, o que a gente quase não vê no ocidente...
Desta vez estou vendo a minha terra por outro ângulo, com olhos sem filtros, onde a verdade aparece, e não a pobreza. O que me surpreendeu muito nesta viagem foi ver como os pobres participam do desenvolvimento deste país. Eles falam três ou quatro idiomas além do inglês. A pobreza fez com que eles fizessem amizade com estrangeiros e então aprenderam rapidamente outros idiomas. Aqui não há fanatismo religioso e cada um vive com a sua fé perfeitamente normal.
A civilização da Índia é milenar, se comparado com a do Brasil que tem só 500 anos. Cada um que vier para a Índia vai ter a sua experiência, boa ou ruim. Cada um vai reagir de acordo com a sua espiritualidade. O que é sagrado para os indianos pode parecer um absurdo para os outros.        

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